No Verão de 2025,
Portugal foi profundamente marcado por um incêndio de grandes dimensões.
Ao longo de várias semanas, o fogo consumiu cerca de 64.451 hectares de floresta, segundo o relatório provisório do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF) do ICNF (Instituto da conservação da Natureza e das florestas) [LUSA, 2025]. As cicatrizes do incêndio alteraram profundamente a paisagem destas serras e, no caso da nossa prova, cerca de 43% do percurso foi diretamente afetado, vários trilhos e zonas emblemáticas sofreram mudanças significativas.
Apesar das marcas deixadas pelas chamas, a serra revela já sinais notáveis de resiliência e renascimento e é nesta capacidade de regeneração que depositamos a nossa confiança. Em maio, acreditamos que muitos trilhos estarão novamente cobertos por plantas e cores, trazendo vida e esperança ao caminho dos atletas.
Por questões de segurança, alguns setores do percurso foram ajustados, mas esta edição representa muito mais do que uma simples corrida. É um gesto coletivo de ligação à montanha, uma oportunidade de honrar o que se perdeu e, ao mesmo tempo, celebrar o futuro que começa a despontar, marcado pela força e pela renovação da natureza e das suas gentes.